Falar
de duas pessoas que se querem bem sem terem o sexo como objeto movedor, é falar
de algo transcendental, que poderá escapar a entendimentos.
O amor, em seus primórdios, deveria
ser assexuado, pura e simplesmente.
Pois quero ver alguém afirmar que
ama mesmo, dentro desse padrão assexual.
As pessoas deveriam se conhecer;
terem amizade. E a partir desta se amarem ou não, tudo de início
assexuadamente.
Pois nesse mundo quantas pessoas não
são levadas pelo desejo puro e simples (senão
animalesco...), e quando se dão conta estão envolvidas com uma pessoa que
mal sabem se amam, ou se amarão.
O desejo foi tanto — dirão —, que
não deu para segurar!...
Tem-se o desejo; realiza-o, e ‘tchau’...
Mas não! As coisas não são assim,
sabemos. Somos racionais (embora na hora do
desejo, muitos são irracionais, convenhamos...) e queremos sempre mais:
carinho, compreensão, amizade, companheirismo, amor...
Mas... o desejo desenfreado
atrapalhou tudo!...
E agora, o que resta? Sexo e nada
mais...?
Eis o dilema, afinal: se afastar e
ficar sem sexo, ou ficar só por sexo?...
E o amor... Ah, o amor ficou para
bem para trás, justo ele que deveria vir como prioridade.
Duas pessoas que se querem apenas
por quererem, quase que assexuadamente...
Que mundo é esse? perguntarão.
Não sei que mundo é esse. Só sei que
não é este em que vivemos...
___________________________________
Autor:
Escritor ADhemyr Fortunatto
Autor
dos livros: AS AVENTURAS DO BODÃO e
REFLEXÕES
DE UM SUJEITO À TOA